Câmara Municipal de Natal discute crise na área da comunicação

No último dia 04 de maio de 2009, foi proposta pelo vereador George Câmara uma audiência pública que tinha como tema os jornalistas e o mercado de trabalho, na qual foram discutidas as possíveis causas das demissões em massa dos jornalistas potiguares. Entre presentes estavam os vereadores Hermano Morais (PDMB), Edivan Martins (PV), Franklin Capistrano (PSB), Raniere Barbosa (PRB), professores e estudantes do curso de jornalismo da Universidade Potiguar.

Um dos jornais de maior circulação de Natal, o Diário de Natal, anunciou recentemente a demissão de 24 jornalistas, entre eles Valéria Credidio que é formada em comunicação social e atuou por 15 anos nesse jornal, de acordo com Valéria “O jornalismo sempre esteve em crise, mas a diferença é que ele passa por transformações”, concluiu.

Jornalistas, vereadores, professores e profissionais de outras áreas concordaram que a crise econômica não é uma justificativa para essas demissões em massa, muitos acreditam que isso é somente uma desculpa dos empresários da comunicação. “A crise não chegou ao nordeste, tão pouco nos veículos da comunicação” de acordo com Débora Lima (Presidente do Sindicato dos Jornalistas do Ceará).

Essas demissões não aconteceram apenas no nordeste, há registros de mais de 200 pessoas demitidas em todo o país e dessas 30 só no Rio de Janeiro que foi onde tudo começou.

O Rio Grande do Norte tem um nos piores salários do nordeste, perdendo apenas para o estado do Maranhão, com isso vários jornalistas são submetidos a terem mais de um emprego para aumentarem sua renda mensal.

Outro assunto levado em pauta foi à falta do conselho regulatório dos jornalistas, sendo uma das únicas profissões do nível superior que não o apresenta, de acordo com Alan Seixas (Presidente do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba): “É preciso que a sociedade desperte e atente para a realidade dos jornalistas”.

Com a retirada da Lei de Imprensa pelo Supremo Tribunal Federal, os presentes se mostraram preocupados, pois era a única garantia profissional que os jornalistas tinham.

Em breve irá ocorrer no Supremo Tribunal Federal uma audiência para decidir a necessidade do diploma e a sua obrigatoriedade. Se o diploma for extinto o “ensino acadêmico” será avaliado pelos empresários da comunicação de acordo com seus interesses.

Uma frase marcante na audiência que nos ajuda a concluir foi dita pelo representante do Ministério Público do Trabalho, Cláudio Gabriel, que disse: “Um jornalismo fraco representa uma sociedade fraca e manipulada.

Por: Caroline Caiana e Vivian Mesquita