domingo, 8 de junho de 2008

A primeira e última vez que o vi

E foi assim em um dia normal de outono, um sábado estranho, frio, sem muito que fazer.
Eu desci do táxi e ele estava lá na portaria me olhando, eu o olhei também, e acho que ele sentiu a mesma atração que eu, meus olhos quando se cruzaram com os dele instantaneamente desvio com vergonha.
E enquanto eu esperava minha amiga chegar, ele ficou lá conversando com o porteiro, e eu conversando com outra amiga tentando disfarçar meu interesse.
E assim vieram as primeiras palavras, de cuidado por uma pessoa que ele nem sequer sabia o nome ainda, e ele disse:
- Vocês vão ficar aí mesmo? Cuidado pode ser perigoso.
Eu em um ato de coragem falei:
- Não preciso ter medo, você não está ai nos olhando?
Ele riu e concordou, mas não tirou os olhos de mim, e nem eu dele.
Ele chegou mais perto, e não disfarçou o modo que olhava para as minhas mãos que usava uma aliança de prata. Ele não perguntou nada, nem eu disse nada.
E enquanto eu e minha amiga conversávamos e reclamávamos do frio que fazia, ele perguntou o que faríamos naquela noite.
Minha amiga e eu nos olhamos, e com uma risada sarcástica falamos que íamos á balada. Ele achou graça, ele sabia que estávamos mentindo. E perguntou entrando no nosso jogo:
- E o namorado de vocês deixa vocês saírem assim?
Então assim rimos ainda mais, e ela disse semana que vem eu vou arranjar um namorado. E eu fiquei rindo do comentário dela, e ele não tirou os olhos de mim esperando a minha resposta, e eu em um ato ousado não respondi, e esperei uma reação dele, que veio na mesma hora:
- E o seu namorado?
Ele perguntou para mim.
- Hahaha... Não tenho namorado.
Ele fez um gesto facial que me encantou, levantou levemente a sobrancelha e deu um sorriso.
Nisso minha outra amiga chega, eu a cumprimentei e entramos em direção ao salão onde estava acontecendo o aniversário.
Ele seguiu todos os meus passos, e me olhou profundamente nos olhos.
Entramos, cumprimentamos a aniversariante e ficamos lá conversando sobre os últimos acontecimentos na vida de cada uma.
Aquele sábado estava escrito para ser chato, mas já que estávamos lá mesmo, fomos dançar. E dançamos muito, funk, axé de tudo o que tocava.
Pagamos certos micos dançando creu na velocidade cinco e outras coisas.
Quando menos espero recebo um cutucão no ombro, e era uma garotinha, amiga da aniversariante querendo falar comigo, eu não entendi nada, mas fui falar com ela. Ela sem muitos rodeios falou:
- Sabe aquele de blusa vermelha?
Eu olhando em direção ao dedo para onde ela apontava quase não acreditei quando vi, era ele!
Fiz-me de louca e falei:
- Sim.
- Ele pediu para mim te falar que ele quer te conhecer.
Eu não disfarcei o sorriso e obviamente eu disse que sim.
E foi ela correndo contar para ele que eu tinha aceitado conhece-lo.
Ele faz então um gesto com a mão me chamando, e eu fui, com vergonha, mas estava lá indo à direção a ele.
Primeiro gesto de cavalheirismo que ele fez eu achei encantador. E então em um ambiente completamente inusitado para conhecer pessoas novas, fomos lá à garagem e nos cumprimentamos de verdade, com dois beijinhos no rosto.
Eu senti o perfume dele, estava aprovado.
E começamos a conversar, apresentei-me disse que me chamava Carol, e ele disse o nome dele (não vou falar por questão de ética).
Ele começou falando:
- Você chamou minha atenção desde quando pisou aqui, eu comentei com o porteiro, você viu que ruiva linda aquela? E o porteiro emendou:
- E os olhos dela? Verdes que chamam a atenção.
Eu acho que fiquei vermelha de vergonha na hora, não sei por que ele não comentou nada.
Ele perguntou-me se eu não tinha reparado nele. E eu testando até onde ele queria chegar respondi que não primeiramente, mas que depois ele chamou minha atenção também, pelo físico, eu o tinha achado bonito.
Ele riu, eu também.
E nisso passavam muitas pessoas querendo nos espiar, e minhas amigas estavam lá, atrás do muro ouvindo nossa conversa, passavam crianças curiosas também imaginam o que nos dois estávamos fazendo, tanto eu quanto ele estávamos gostando e achando graça.
E assim ele me falou um pouco da vida dele, é pisciano como eu, estuda, leva uma vida normal.
E no decorrer da conversa vimos que temos muita coisa em comum. E ele perguntava coisas ao meu respeito tentando me conhecer. Eu gostava do interesse dele.
E assim eu falei que morava em Natal há quatro anos, que vou prestar vestibular no final do ano para jornalismo, e que talvez fosse á São Paulo. Ele fez cara de triste.
Conversamos sobre diversos assuntos, assuntos inusitados para uma primeira conversa, coisa de que temos coisas em comum como ir para a França, odiar uvas passas, e ter pais separados.
E ele me reparava, e me descreveu corretamente em relação a personalidade, em menos de uma hora de conversa.Disse que sou muito ansiosa, que eu não parava de mexer as mãos, que aparentava ser carinhosa, meiga, paciente e calma (ok ele errou os dois últimos quesitos).
Eu não deixei barato e falei:
- Você tem um grande defeito.
E ele meio assustado perguntou-me qual era.
E eu disse:
- Você não consegue olhar nos olhos das pessoas.
Ele concordou meio sem graça e eu continuei:
- Eu costumo conquistar as pessoas pelos olhos.
Ele ficou meio sem graça e achou interessante.
Depois de muita conversa, duas garotinhas chegaram em frente a um dos prédios onde estávamos e tímidas nos olhávamos.
Ele foi lá conversar com elas, abraçou-as e beijou-as na face, eu achei a coisa mais fofa do mundo, e sempre olhando para mim, um misto de medo de não me perder de vista e dava uma risadinha para ele e para elas, um sorriso com a tradução “Não se preocupe eu não vou sair daqui”.
E quando ele voltou, elas continuavam a nos olhar e ele falou para elas:
- O que vocês estão olhando?
Elas riram, e ele emendou:
- Vocês querem ver um beijo?
Eu arregalei os olhos e abri a boca com o susto. Não tinha mais jeito e nossas bocas se encontraram e foi o beijo mais esperado e inesperado que eu já tive.
As duas meninas riram e acharam engraçado.
E ficamos lá, nos beijando, sem falar mais nada, parecia que eu ouvia sinos naquele instante.
E na hora de nos despedir ele perguntou se eu queria o telefone dele, sem responder peguei meu celular e mandei-o anotar.
Olhamos-nos e nos beijamos mais uma vez, e quando estávamos nos dirigindo de onde saímos, ele me puxa e me pede mais um beijo.
Eu não neguei.
E assim eu o vi indo embora.
Voltei para onde minhas amigas estavam e elas obviamente não iriam perder a oportunidade de perguntar sobre tudo.
Contei tudo de acordo como relatei, e assim foi o fim do meu sábado entediante (que de tédio não teve absolutamente nada).
Beijos, fiquem com Deus.
Caroline Caiana






Um comentário:

  1. araa! e que sabado ein :x
    ficou pra história,a balada da parede virou A balada ( pra quem entende :x) e eu fui pega no flagra atrás de ver o esperado/inesperado beijo ;$
    e se depender de mim a história do teu sábado não terminou ainda não olho amarelo
    te amo :*

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