quinta-feira, 30 de julho de 2015

Eu de humanas, ele de exatas

Há alguns dias eu reparei seus olhos mais uma vez
De longe, com defeitos geográficos
Não seus, não meus
Pensei que a gravidade poderia existir na horizontal também
Obrigaria os corpos corresponderem a atração
Da física, química, biologia
Seleção natural, por acaso
Lembro quando meu coração gelou
Solidificou, parou
Achei que a frieza combinava com minha pele branca
Mas você chegou, fez fusão
Sem minha permissão
Corou, devolveu o tom rosado
Como se eu tivesse tomado várias taças de vinho branco
Ainda assim, ao conhecer tão pouco de você
Da coragem de confessar, libertar e reconhecer sentimentos
Será clichê rimar eu e você para torcer que vire palavras primas?
As rimas são tímidas, mesmo que a timidez não faça parte do meu mundo
Mas desde que você chegou e parece tão interessado em arrumar toda essa bagunça
Que meu órgão involuntário fez ao bombear sangue
Eu nem tento explicar mais
Nem tudo são como as exatas, objetivas
Porém, se o tempo e espaço permitir
Que a velocidade de te encontrar
Me leve não apenas em pensamento até você


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